Asma em atletas

Prof. André Moreira

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A maioria dos atletas experimenta dificuldades respiratórias durante e após treinos e em competição. Apesar de uma grande variedade de condições poder predispor o atleta a esta situação, a causa mais comum é a asma não controlada ou não diagnosticada.

 Entre os atletas Portugueses presentes nos Jogos Olímpicos de Pequim, um em cada cinco tinha asma! Torna-se por isso necessário que treinadores e atletas saibam reconhecer esta patologia.

 A ausência de queixas, ou as manifestações pouco típicas fazem com que os sintomas respiratórios não sejam muitas vezes suficientes para identificar os casos de asma em atletas. Nestes casos, o diagnóstico é baseado na avaliação da função pulmonar, da hiperreatividade brônquica e da inflamação das vias aéreas.

 Ter asma não é nenhuma limitação para a prática desportiva, mesmo de elite. Limitação é treinar durante anos, sem conhecer este diagnóstico, competindo assim em desvantagem.

 Se faz desporto acrescente a avaliação da sua “inspiração” ao ideal olímpico. Respirar bem para ir “Mais longe, mais alto, mais forte”.

Poluição atmosférica e asma

Dr. Mário Miranda

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Tornou-se um lugar-comum, quase mito urbano, relacionar a poluição atmosférica com as doenças respiratórias em geral e a asma em particular. Será verdade? Haverá sustentação científica para esta crença popular?

Atualmente sabemos que é um fator de agravamento de asma mas não existem provas de que pode ser um agente causal direto.

Dir-se-á, então, que os gases de escape ou as emissões das centrais térmicas, atualmente as principais fontes de contaminação do ar que respiramos, são negligenciáveis para a saúde pulmonar?

Obviamente que não: podem agravar substancialmente uma asma que de outro modo seria facilmente controlável, obrigando à administração de doses maiores de medicação; podem acelerar a história natural da doença, acentuando alguns dos efeitos mais nefastos desta doença, a obstrução crónica das vias aéreas; e, finalmente, podem transformar os pólens em suspensão nas áreas urbanas, e torná-los mais agressivos do ponto de vista alergológico, precisamente pela ação direta destes agentes.

Concluindo, dir-se-ia que não sendo uma causa direta de asma, a poluição atmosférica não controlada é um perigo equivalente, ou até maior, do que as causas primárias da doença, pelo risco de agravamento irreversível das principais alterações crónicas que lhe estão associadas e pela dificuldade de controlo das suas manifestações.

Asma na criança – diagnóstico diferencial e meios complementares

Drª Eva Gomes

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A asma brônquica caracteriza-se por episódios recorrentes de sibilância (ou pieira/chiadeira), tosse e dificuldade respiratória. É importante o diagnóstico diferencial com outras patologias tais como a fibrose quistica, a displasia broncopulmonar, o refluxo gastroesofágico e a disfunção das cordas vocais. Também as doenças da via aérea superior em que há acumulação de secreções e escorrência posterior para a faringe podem simular asma devendo ser identificadas e tratadas.

Na criança em idade pré-escolar, o diagnóstico de asma pode ser realmente difícil.

As provas de função respiratória são importantes no diagnóstico diferencial. Começa a ser possível estudar a função respiratória em crianças a partir dos 3 anos. Mas é pelos 5 anos, que a maioria das crianças já colabora na execução de provas de função respiratória.
Os testes cutâneos de alergia são necessários para identificar se há alergénios relevantes envolvidos de forma a ajustar o tratamento às necessidades específicas de cada doente.

Classificação da asma

Drª Maria da Graça Castel-Branco

Oiça, em 1 minuto, o áudio sobre “Classificação da asma” com a Drª. Maria da Graça Castel-Branco: Classificação da asma

Muito se tem avançado na compreensão da asma e nos mecanismos que levam à doença mas ainda não se chegou a uma classificação que contemplasse as diferentes apresentações clínicas, as diferentes etiologias, os diferentes prognósticos e as diferentes respostas ao tratamento. A classificação da asma pela sua gravidade em intermitente e persistente e dentro desta em ligeira, moderada ou grave, pode ser útil na avaliação inicial do doente mas a gravidade é um fator muito variável na história natural da doença e na resposta ao tratamento. Recentemente foi consensualmente aceite classificar a doença por níveis de controlo, avaliando os sintomas diurnos e noturnos, o uso de medicação de alívio imediato, a função pulmonar e a frequência das agudizações.

O conceito de asma controlada, parcialmente controlada e sem controlo, orienta assim a abordagem terapêutica e a escolha dos fármacos mais indicados.

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Qualidade de vida nos doentes com asma

Dr. Luís Araújo

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A qualidade de vida é cada vez mais encarada como a vertente fundamental para o tratamento das doenças crónicas. No caso específico da asma, a qualidade de vida engloba não só as condicionantes do controlo da doença (como os sintomas, a limitação das atividades da vida diária, o uso de medicação e a necessidade de recurso a cuidados de saúde), como outras variáveis, nomeadamente o impacto psicológico, social, laboral e familiar da doença.

Nos dados do Inquérito Nacional sobre Asma, foram analisados 449 asmáticos, representantes de todas as regiões do país. A qualidade de vida relacionada com a asma foi globalmente boa, existindo, no entanto, diferenças significativas com as variáveis demográficas e socio-económicas. Assim, verificou-se pior qualidade de vida nos doentes asmáticos do sexo feminino, nos doentes mais velhos e nos doentes com rinite associada

Fatores psicológicos e relacionais e intervenções psicoeducacionais na asma

Prof.ª Lia Fernandes

Oiça, em 1 minuto, o áudio sobre “Fatores psicológicos e relacionais e intervenções psicoeducacionais na asma” com a Professora Lia Fernandes: Fatores psicológicos e relacionais e intervenções psicoeducacionais na asma

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É crescente o número de estudos que demonstram as implicações emocionais na asma, particularmente a ansiedade, pânico e depressão, quer no desencadeamento de crises quer no agravamento desta patologia respiratória. Tal acontece por ação direta do stresse, através de mecanismos psicofisiológicos e indiretamente pelo descuido nos autocuidados e adesão ao tratamento. Reversamente, estas alterações emocionais podem ainda ser desencadeadas pela própria asma.

É neste contexto que se destaca o papel das intervenções psicoeducacionais e multifamiliares, que combinam a transmissão de conhecimentos (direcionadas para aquilo que os asmáticos e familiares pretendem saber), com a promoção de mudanças comportamentais, no sentido da melhoria de auto-eficácia.

Nestes programas procura-se desenvolver uma estreita interação entre os técnicos de saúde e doentes, estimulando a participação de todos, com a satisfação de diversas dúvidas, dissipando falsos constructos, tendentes à redução da ansiedade associada à doença, e ao encorajamento de hábitos e atitudes conducentes à saúde.

Trata-se de uma intervenção eficiente na redução de custos diretos, pela menor utilização dos cuidados de saúde (serviço de urgência, consultas, hospitalizações), menor utilização de medicação e ainda redução dos custos indiretos (diminuição do absentismo, menor envolvimento de cuidadores e outros recursos).

Leia aqui o artigo: Fatores psicológicos e relacionais e intervenções psicoeducacionais na asma

Fatores psicológicos e relacionais e intervenções psicoeducacionais na asma

Prof.ª Lia Fernandes

É crescente o número de estudos que demonstram as implicações emocionais na asma, particularmente a ansiedade, pânico e depressão, quer no desencadeamento de crises quer no agravamento desta patologia respiratória. Tal acontece por ação direta do stresse, através de mecanismos psicofisiológicos e indiretamente pelo descuido nos autocuidados e adesão ao tratamento. Reversamente, estas alterações emocionais podem ainda ser desencadeadas pela própria asma.

É neste contexto que se destaca o papel das intervenções psicoeducacionais e multifamiliares, que combinam a transmissão de conhecimentos (direcionadas para aquilo que os asmáticos e familiares pretendem saber), com a promoção de mudanças comportamentais, no sentido da melhoria de autoeficácia.

Nestes programas procura-se desenvolver uma estreita interação entre os técnicos de saúde e doentes, estimulando a participação de todos, com a satisfação de diversas dúvidas, dissipando falsos constructos, tendentes à redução da ansiedade associada à doença, e ao encorajamento de hábitos e atitudes conducentes à saúde.

Nesta abordagem, pretende-se facilitar a expressão de sentimentos e emoções ligadas à asma, bem como repercussões na família, no trabalho e na rede social mais alargada, para além dos mecanismos que visam ‘colocar a doença no seu lugar’, nomeadamente no sentido de encontrar soluções para as crises, com a perspetivação da implicação da doença no passado, no presente e no futuro.

O desenvolvimento destes dois tipos de programas (psicoeducacional e multifamiliar), contempla em ambos, a dimensão de uma intervenção multidisciplinar e mostra-se como um recurso inovador, de âmbito alargado, com eficácia na melhoria de comportamentos.

Traduz-se assim em diferenças substanciais quer ao nível da melhoria clínica, quer psicológica, mas também em critérios de prevenção de morbilidade.

Trata-se de uma intervenção eficiente na redução de custos diretos, pela menor utilização dos cuidados de saúde (serviço de urgência, consultas, hospitalizações), menor utilização de medicação e ainda redução dos custos indiretos (diminuição do absentismo, menor envolvimento de cuidadores e outros recursos).

Face aos bons resultados obtidos com este tipo de intervenção, seria benéfica a sua aplicação futura em clusters específicos de maior risco, nomeadamente em indivíduos com asma grave e muito grave, bem como em perfis psicológicos específicos (com elevados níveis de ansiedade).

Poluição indoor e exposição alergénica

Dr. José Luís Plácido

Oiça, em 1 minuto, o áudio sobrePoluição indoor e exposição alergénica” com o Dr. José Luís Plácido: Poluição indoor e exposição alergénica

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Nas sociedades urbanas ocidentais cerca de 90% do tempo passa-se no interior de edifícios pelo que a qualidade do ar no seu interior assume um papel determinante.

Os principais poluentes no interior das habitações são o monóxido e o dióxido de carbono, libertados pela combustão de lareiras, aquecedores e fumo do cigarro, os compostos orgânicos voláteis, emitidos por materiais de construção como colas, tintas, vernizes e madeiras, o formaldeído, proveniente de materiais de construção, madeiras, fogões e esquentadores de gás e ainda os contaminantes biológicos, sobretudo os alergénios domésticos, como os ácaros, animais e insetos.

Uma adequada ventilação, a instalação de sistemas de aquecimento e de exaustão de gases dos esquentadores e fogões, a eliminação do fumo do tabaco e evicção aos alergénios domésticos são algumas medidas que permitirão obter uma boa qualidade de ar interior e assim prevenir o aparecimento ou o agravamento das doenças respiratórias.

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Poluição indoor e exposição alergénica

Dr. José Luís Plácido

Nas sociedades urbanas ocidentais cerca de 90% do tempo passa-se atualmente dentro de edifícios e em média 12 a 13 horas por dia são passadas no interior das nossas habitações. A qualidade do ar no seu interior assume assim um papel determinante na saúde respiratória.

As possíveis fontes de poluição do ar interior são diversas, nomeadamente o fumo do tabaco, as fontes de combustão, os sistemas de refrigeração ou de aquecimento, os materiais de construção e mobiliário, revestimentos têxteis, ambientadores e produtos de limpeza, bem como a poluição proveniente do exterior.

Os principais poluentes presentes no interior das habitações são o monóxido e o dióxido de carbono (libertados pela combustão de lareiras, aquecedores, fumo do cigarro), os compostos orgânicos voláteis (emitidos por materiais de construção como colas, tintas, vernizes, madeiras), formaldeído (provenientes de materiais de construção, madeiras, fogões e esquentadores de gás) e contaminantes biológicos (bactérias, vírus e fungos, mas sobretudo os alergénios domésticos, como sejam os ácaros, os provenientes de animais domésticos ou de infestantes como insetos ou roedores).

Para uma boa qualidade do ar interior devemos promover as seguintes medidas: a) evitar completamente a exposição ao fumo de cigarro b) boa ventilação de todas as dependências da casa, em particular daquelas em que a presença de poluentes é mais marcada, como sejam a cozinha e casas de banho c) verificar e promover uma correta instalação dos sistemas de aquecimento e de exaustão de gases dos esquentadores e fogões d) medidas para reduzir a presença de alergénios domésticos em particular os ácaros (minimizar a presença de alcatifas, reposteiros e carpetes; aspirar cuidadosamente os colchões e a casa, em particular os quartos, utilizando aspiradores com filtros de alta eficiência; evitar nos quartos peluches e outros adereços suscetíveis de acumular pó)

Estas medidas permitirão obter uma melhor qualidade do ar interior e assim prevenir o aparecimento ou agravamento de as doenças respiratórias, como sejam a rinite, a asma, a doença pulmonar obstrutiva crónica ou o cancro do pulmão

Fatores familiares e genéticos na asma de difícil controlo

Drª. Marianela Vaz

Oiça, em 1 minuto, o áudio sobre “Fatores familiares e genéticos na asma de difícil controlo” com a Drª Marianela Vaz: Fatores familiares e genéticos na asma de difícil controlo

Leia o texto do áudio aqui:

Cerca de 7-10% dos doentes asmáticos têm sintomas e limitações importantes, exacerbações frequentes e/ou redução persistente da função respiratória, apesar de corretamente medicados. Esta pequena percentagem de doentes de difícil controlo é responsável por grande parte dos custos associados com a asma.

Um número elevado de asmáticos possuem familiares com o mesmo problema, mas a natureza exata da hereditariedade permanece por esclarecer. Existem vários tipos de genes associados à atopia, aos mecanismos da doença e à resposta ao tratamento. Sabe-se que a atopia, isto é a tendência para produzir anticorpos de tipo IgE em resposta à exposição a alergénios, é o fator mais associado à asma e outras doenças alérgicas. No entanto parece que serão os outros genes que estarão relacionados com os tipos clínicos, fisiopatológicos e funcionais de mais difícil controlo.