Poluição atmosférica e asma

Dr. Mário Miranda

Oiça, em 1 minuto, o áudio sobre “CPoluição atmosférica e asma” com o Dr Mário Miranda: Poluição atmosférica e asma

Tornou-se um lugar-comum, quase mito urbano, relacionar a poluição atmosférica com as doenças respiratórias em geral e a asma em particular. Será verdade? Haverá sustentação científica para esta crença popular?

Atualmente sabemos que é um fator de agravamento de asma mas não existem provas de que pode ser um agente causal direto.

Dir-se-á, então, que os gases de escape ou as emissões das centrais térmicas, atualmente as principais fontes de contaminação do ar que respiramos, são negligenciáveis para a saúde pulmonar?

Obviamente que não: podem agravar substancialmente uma asma que de outro modo seria facilmente controlável, obrigando à administração de doses maiores de medicação; podem acelerar a história natural da doença, acentuando alguns dos efeitos mais nefastos desta doença, a obstrução crónica das vias aéreas; e, finalmente, podem transformar os pólens em suspensão nas áreas urbanas, e torná-los mais agressivos do ponto de vista alergológico, precisamente pela ação direta destes agentes.

Concluindo, dir-se-ia que não sendo uma causa direta de asma, a poluição atmosférica não controlada é um perigo equivalente, ou até maior, do que as causas primárias da doença, pelo risco de agravamento irreversível das principais alterações crónicas que lhe estão associadas e pela dificuldade de controlo das suas manifestações.

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